As jogadoras do Presidente Venceslau, Karen Gustavo e Joyce da Hora, estão acostumadas a conviverem lado a lado. Quando não é na quadra, em um treino ou jogo, a dupla se encontra na sala de aula. Elas cursam juntas educação física na Unifadra (Faculdades de Dracena), e entre uma aula e outra, rolam algumas partidas em modalidades que não estão acostumadas? Em meio a estas descobertas esportivas, as atletas profissionais de basquete já foram até campeãs no vôlei. A ala-armadora Karen, 33 anos, e a ala Joyce, 21 anos, defendem juntas o Venceslau há cerca de dois anos e treinam atualmente para a disputa do Campeonato Paulista dos Jogos Abertos do Interior. Mas desde o início de 2017, elas jogam também por outro time. O técnico Flávio Prado pode ficar tranquilo, que não se trata de vira-casaca ou traição. Quando está na universidade, a dupla veste a camisa do curso. - Nós já jogamos vôlei no Intercursos. Valia ponto na matéria, então a gente encarou este desafio. Tinha também a possibilidade de jogar futsal, mas sou desajeitada com a bola no pé. Fui para o vôlei porque era só com a mão. Fomos campeãs da modalidade, e eu gostei, mas realmente não dá para mim. Só para brincar mesmo - falou, aos risos, Karen. - Foi legal interagir com o pessoal de outros cursos. E ainda bem que fomos campeãs, porque não dá para perder, né! Não gostamos de perder em nada - endossou Joyce. E mais uma interação deve ocorrer neste ano. É tradição no curso de educação física da Unifadra a realização de uma partida entre os times dos alunos e dos professores. Desta vez, o ex-jogador profissional de basquete, Camuci, que é docente nas aulas de futebol de campo e futsal, vai ter uma parada dura do outro lado em busca de manter a hegemonia. - Falaram que há oito anos os professores ganham. Aí eu disse para o Camuci: "Está na hora de mudar isso" - comentou a atleta de 33 anos. Além dos risos, dos estudos e da profissão, as alas venceslauenses dividem carona. Elas vão e voltam juntas de Venceslau a Dracena, em um percurso de aproximadamente 40 minutos na ida e mais 40 na volta, de segunda a sexta-feira. Para alcançar o objetivo de se formar, a dupla encara uma rotina muitas vezes exaustiva. - No primeiro semestre, a gente ia de van, mas hoje nós vamos de carro. É cansativo! Saímos do treino e vamos direto. Levamos comida de casa, tomamos banho rapidão no ginásio e partimos para Dracena. O Flávio nos libera um pouquinho antes, mas quando não tem jeito, a gente chega um pouco atrasado - diz a paulistana Karen. Faz parte da filosofia da equipe venceslauense apoiar os estudos. É assim nas categorias de base e também no profissional. Além da dupla de alas, a armadora Larissa Carneiro e Julia, do sub-19, cursam atualmente a faculdade de educação física. - Olhamos aqui o esporte como educação em primeiro plano. Isso sempre foi uma prioridade para nós - falou Flávio Prado. Karen encara os estudos pois tem o objetivo de ser técnica quando parar de jogar. Joyce também sabe da importância de concluir o ensino superior, até porque não será atleta para sempre. Mas além da busca pelas metas pessoais, a faculdade tem ajudado a dupla a dar uma respirada na rotina de cobranças e busca por resultados, algo comum no esporte de alto rendimento. - Praticar esporte dentro da universidade é importante. Para nós, alunos, que gostamos de esporte, é um incentivo a mais. A gente interage com outros cursos e passa a conhecer melhor as pessoas - comentou a jovem revelada nas categorias de base do Venceslau. - Troco experiência com outros alunos, converso, o pessoal vem perguntar como é a nossa rotina, e isso é bem legal. Fora que quando praticamos esporte no meio universitário nós encaramos as partidas de um jeito mais leve, em um nível mais de brincadeira. Gosto muito - completou a companheira de equipe de Joyce. Fonte matéria e fotos: João Paulo Tilio - G1/TV Fronteira
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