A Unopar/Kroton, parceira da Fundec nos cursos superiores a distância, promoveu nesta última semana uma palestra com o maestro João Carlos Martins. A transmissão ocorreu ao vivo, no Auditório da Fundec, que recebeu alunos dos cursos técnicos do CEP/UME, acadêmicos e colaboradores da Fundec. A palestra foi interativa e o maestro respondeu diversas perguntas vindas de polos espalhados pelo país. Reconhecido internacionalmente como um dos maiores músicos clássicos brasileiros do século 20 e um dos maiores intérpretes do compositor alemão Johann Sebastian Bach (1685-1750), Martins teve que interromper a carreira de pianista em decorrência de problemas físicos que afetaram as mãos. Durante a palestra, Martins disse que a história dele começou em 1899, quando nasceu seu pai, que gostaria de ter sido pianista, mas, às vésperas da primeira aula, perdeu parte da mão na gráfica onde trabalhava. Em 1948, começou a estudar piano. Seis meses depois, ganhou concurso nacional, aos 13 anos de idade, iniciando carreira nacional. Aos 18 anos, passou a correr o mundo inteiro. Aos 26 anos, em Nova York, veio a primeira adversidade, quando caiu e rompeu um nervo da mão durante jogo de futebol com brasileiros que ele havia encontrado na cidade. O pianista submeteu-se a uma operação paliativa e continuou tocando com dedeiras de aço, que acabavam deixando sangue nas teclas do piano. João Carlos Martins retornou ao Brasil e atingiu a plena forma, voltando a se apresentar para 2.800 pessoas no Carnegie Hall, em Nova York. Anos depois, já portador de lesão por esforço repetitivo (LER), o pianista sofreu ferimentos em um assalto na Bulgária, ficando hospitalizado por alguns meses. "Fui operado e perdi os movimentos da mão direita. Sobraram os da esquerda, eliminados mais tarde por um tumor", disse. O pianista resolveu estudar regência após um sonho com o maestro Eleazar de Carvalho. Como maestro, Martins cursou Orientação Educacional e Tecnologia de Sistemas, com pós-graduação em RH; MBA pela Kellogg School of Management e na Fundação Dom Cabral; e especializações em Gestão de Pessoas e Negócios em escolas como FGV-SP, London Business School e Columbia Business School. ?Estou com 72 anos, com oito anos de mais de mil concertos em grandes teatros no Brasil, no mundo e nas periferias, educando 2.200 crianças em projeto musical?, contou o maestro.