Médica pesquisadora Marilda Milanez Morgado de Abreu conclui pós-doutorado

Desde a infância ela definiu que seria médica: o sonho se concretizou e ela se tornou uma dermatologista, sendo uma das profissionais de destaque em sua especialidade.
02/12/2019


Ser médico é ter o dom de cuidar de pessoas e também promover a saúde. Para a Dra. Marilda Milanez Morgado de Abreu, essa lição vai ainda mais além. Ela ensina a Medicina.
Neste ano, Dra. Marilda concluiu o pós-doutorado em Medicina pela Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto.
Formada há 41 anos, médica renomada na especialidade de dermatologia e moradora de Dracena, Dra. Marilda nasceu em Campinas e cursou Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas “Dr. José Antonio Garcia Coutinho”, de Pouso Alegre – UNIVAS (1973-1978).
Ela recebeu a equipe de reportagem do JR e Portal Regional na Faculdade de Medicina da Unifadra Dracena, na qual é a coordenadora e auxiliou na implantação do curso.
A admiração pela Medicina nasceu ainda na infância. Dra. Marilda contou: “Desde criança decidi que seria médica. Inspirei-me no Dr. Arnon, eu o admirava muito. Eu morava com meus pais em Panorama e me recordo muito do meu pai levando o Dr. Arnon para fazer os partos em áreas rurais, éramos vizinhos do Dr. Arnon”, recordou Dra. Marilda. O médico citado atuou por muitos anos em Dracena e atualmente já não trabalha mais devido à idade avançada.
Ser médica e também transmitir conhecimentos àqueles que caminham para ser médicos exige acima de tudo muita paixão pela atividade que exerce e tudo isso faz parte da história de vida dela.
“A pesquisa é apaixonante, porém, exige muita dedicação, ocupa muito o seu tempo, tem que ter perfil, estou sempre estudando”, contou a nossa entrevistada.
Após se formar em Medicina, fez um ano de Clínica e um ano de Pediatria, em São Paulo. Depois veio a residência em Dermatologia no Hospital das Clínicas de Medicina da USP (SP), posteriormente concluiu o título de especialista sendo aprovada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Pós-Doutorado 
Sobre o pós-doutorado na Divisão de Dermatologia do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP, cujo tema abordado foi a hanseníase, ela tratou um assunto inédito na literatura brasileira. O estudo se deu nas amídalas e adenoides. “Pesquisei a bactéria causadora da hanseníase em adenoides e amídalas de pacientes que retiraram os órgãos por motivos otorrinolaringológicos”.
“Na pesquisa feita nesses órgãos, observei que a bactéria da hanseníase estava presente em uma parcela dos pacientes. Isso significa que a bactéria penetra nas amídalas e adenoides, podem ser destruídas, mas se não forem, os indivíduos poderão desenvolver a hanseníase ou apenas permanecer nos órgãos funcionando como reservatórios da bactéria”. Ela continuou explicando: “A maioria das pesquisas foi em crianças. O estudo irá continuar, vamos atrás desses pacientes para verificar se os que tiveram os exames positivos para a bactéria desenvolveram ou não a hanseníase”.
A hanseníase é uma doença negligenciada e ainda é um problema de saúde pública no Brasil. O nosso País, segundo a médica pesquisadora, ainda não eliminou a hanseníase, é o único do mundo nessas condições. “Na área do Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE) de Presidente Venceslau, é alto o número de diagnósticos, detectamos mais casos porque esta região é um dos focos de prevalência no Estado de São Paulo, porém não dá para explicar exatamente o motivo de ser foco. O Mato Grosso é o estado que mais tem casos de hanseníase no Brasil”.
“A hanseníase é uma doença que desafia a Ciência desde antes de Cristo, quando era chamada de lepra, e por lei passou a ser chamada como é hoje. Permanece como um problema, um enigma”.
Dra. Marilda explicou que é uma doença infectocontagiosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen, em memória de seu descobridor. É contraída pelas vias áreas superiores (inalando o bacilo), podendo também ocorrer por meio de lesões em pele lesionada.
Na prática, segundo ela, o estudo que realizou tem grande importância para maior elucidação dos mecanismos fisiopatológicos da doença e ainda para a epidemiologia. “No futuro será importante usar como protocolo (rotina) em casos de extrações de adenoides e amídalas se pesquisar o Mycobacterium leprae para verificar a possibilidade da existência da doença ou do seu desenvolvimento no futuro”, e reafirmou: “O estudo continuará”.
Confira a matéria na íntegra no Portal Regional: https://portalregional.net.br/medica-pesquisadora-marilda-milanez-morgado-de-abreu-conclui-pos-doutorado/

Fonte: Portal Regional / Jornal Regional
 


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