Estudantes do Anglo-CID vivenciam cultura e história em visita técnica a museus na região de Tupã

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06/11/2024


Os estudantes do itinerário de Humanas do 1º e 2º anos do ensino médio do Anglo-CID participaram de uma visita técnica aos museus da região de Tupã, famosa por seu potencial turístico e histórico, no dia 8 de outubro. A excursão foi organizada pela Profa. Esp. Nathalia Franscine Pinto a partir do interesse dos alunos em conhecer de perto o povo Kaingang e explorar novos centros museológicos.

A primeira parada foi o Museu Worig Kaingang, localizado na Aldeia Vanuíre, no município de Arco Íris. Recebidos pela pajé Dirce e sua família, os alunos ouviram relatos sobre a vida, cultura e espiritualidade do povo Kaingang no espaço onde vivem. A experiência proporcionou uma imersão nos costumes e crenças da comunidade, incluindo a entrada em uma reserva florestal, onde puderam vivenciar a relação de respeito e preservação que o povo Kaingang mantém com a natureza.

Em seguida, a visita continuou no Museu Histórico e Pedagógico Índia Vanuíre, na cidade de Tupã. No museu, os alunos aprenderam sobre a história da cidade, as influências dos imigrantes, o desenvolvimento da região Oeste Paulista no século XX e o massacre sofrido pelos povos indígenas locais. O espaço também oferece uma exposição com peças que representam a diversidade cultural das mais de 305 etnias indígenas no Brasil, com destaque para os povos Kaingang e Krenak, reunidos próximo a Tupã, na Aldeia Vanuíre.

A experiência gerou reflexões nos alunos, que compartilharam suas impressões. Para Ana Luiza Roque, a oportunidade foi inédita e enriquecedora. “Nunca tinha entrado em contato com povos de outras culturas e foi importante, para mim, entender um pouco sobre como eles vivem. A parte mais legal foi quando fomos para a trilha e começamos a cantar e dançar com eles, vivenciando um pouco de sua cultura. A música é a maneira deles se comunicarem com Deus, e as tinturas que fazem em seus corpos são sua própria identidade. Foi uma experiência muito linda e ficará sempre em nossas memórias”.

Já Ana Clara Furioso ressaltou a importância da preservação cultural. “A viagem nos fez refletir sobre como existem diversidade e riqueza nas culturas indígenas. Graças ao museu, pudemos visualizar as diferenças em vestimentas e artesanato, nos mostrando como nosso país é rico na sua cultura, que infelizmente não é tão conhecida. A visita à aldeia nos mostrou como o povo indígena ainda mantém seus costumes e os divulgam para que haja uma maior consciência não apenas sobre sua cultura, mas também sobre os seus ideais”.

Por fim, Yasmin Faveri, aluna do primeiro ano do ensino médio, destacou o valor de experiências como essa para combater preconceitos. “A viagem foi muito importante para conhecermos culturas tão próximas que aparentam ser distantes. Entender sua beleza e diversidade e valorizar a riqueza indígena que existe no Brasil é o primeiro passo para eliminação dos preconceitos. Todos deveriam ter a experiência de visitar o Museu e a Aldeia pelo menos uma vez, ambos mostraram a essência dos povos que viveram aqui antes da chegada dos europeus, com a língua, música, dança, religião e costumes preservados. Detalhe: na visita foi falado sobre a importância da chuva e até fizemos uma dança, pedindo para Deus mandar um pouco de água, e no dia seguinte já choveu. Vai de cada um acreditar ser coincidência ou não”.

A visita também envolveu aspectos artísticos, com alguns alunos explorando a Igreja Matriz de São Pedro em Tupã, um marco histórico com influências românicas, góticas, barrocas e rococó, enquanto outros alunos optaram por visitar o Solar Luís de Souza Leão, onde puderam conhecer objetos históricos que pertenceram ao fundador da cidade.

Segundo a professora Nathalia, a excursão aos museus trouxe novas perspectivas aos alunos, superando o senso comum ainda existente sobre os povos indígenas. “A experiência foi marcante para os alunos, ampliando sua compreensão sobre a história e cultura brasileira e reforçando a importância de preservar o legado e a riqueza dos povos indígenas.”

A diretora Eulália Pires Fava ressaltou que este tipo de vivência marca para sempre os estudantes. “Estas visitas ampliam a visão de mundo e criam um senso crítico para repensar conceitos”.


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