Ana Clara de Oliveira Caetano e Rakely Ferrari Costa, alunas do 3º e 2º anos do ensino médio do Anglo-CID, desenvolveram um projeto de iniciação científica e publicaram o resultado de seus estudos sobre aquariofilia na International Journal of Fisheries and Aquatic Studies. O trabalho intitulado “Preliminary analysis of fishkeeping in Western São Paulo State - Brazil: does local practice adhere to national standards?” pode ser consultado em: https://www.doi.org/10.22271/fish.2025.v13.i3a.3072
Orientadas pelo professor Jeisson Emerson Casimiro Ferrari, biólogo doutorado em aquicultura, após meses de intensos trabalhos, as garotas apresentaram um artigo científico completo, caracterizando o perfil regional dos aquaristas da Região da Nova Alta Paulista, Oeste do Estado de São Paulo. O trabalho buscou compreender detalhes da prática da aquariofilia e indica que o hobby ainda é pouco explorado, apresentando significativo potencial econômico.
Jeisson destaca que o texto, inédito e baseado em dados originais, passou por diversas revisões até ser submetido — e aceito rapidamente — pela revista científica internacional. “Foi uma surpresa muito positiva. Sabemos como o processo é exigente e seletivo. Ter esse reconhecimento logo no primeiro artigo das meninas mostra o nível do trabalho que está sendo feito”, comenta o professor.
A diretora Eulália Pires Fava parabeniza as alunas e reforça a importância da iniciação científica ainda no ensino médio. “Há anos acompanhamos nossos alunos apresentando trabalhos em congressos científicos regionais. Agora, tivemos a satisfação de ver o trabalho de Ana Clara e Rakely publicado em nível internacional. A conquista das garotas mostra a capacidade de nossos estudantes e serve de incentivo para os demais, para que não tenham medo de tentar. Parabéns, Ana Clara e Rakely. Parabéns, professor Jeisson".
A publicação do artigo científico original ainda no ensino médio despertou mais ambição na equipe, que já se prepara para novos desafios, entre eles, uma revisão científica sobre o peixe discus (Symphysodon aequifasciatus Pellegrin 1904), uma espécie nobre ainda pouco estudada no mundo. Agora, outras revistas de prestígio internacional, como americanas e chinesas, estão no radar da equipe para uma futura publicação.
Os primeiros passos da dupla
Há anos, os professores do Anglo-CID incentivam seus alunos a participar de congressos científicos e, desde 2023, a coordenação do colégio vinha insistindo em intensificar os projetos de iniciação científica com os estudantes do ensino médio.
No ano passado, o professor Jeisson Emerson Casimiro Ferrari acabou aceitando o desafio com um pedido: autonomia para desenvolver um projeto com profundidade e seriedade. Ele já sabia o nome da mente curiosa e inquieta em suas aulas que deveria ser convidada para participar: Ana Clara de Oliveira Caetano. O professor também incentivou a participação dos alunos nas outras turmas do ensino médio - foi quando Rakely Ferrari Costa se juntou à equipe.
Ao longo de 2024, foram muitas atividades preparatórias: leituras guiadas, produção de resumos, escrita de artigos. O empenho das alunas e a orientação próxima do professor resultaram em participações em congressos científicos regionais e na elaboração de artigos com nível de profundidade comparável ao de estudantes universitários.
Os resultados
Ana Clara e Rakely passaram a dominar a linguagem científica, aprenderam a organizar ideias com clareza e desenvolveram uma pesquisa real, com coleta e análise de dados, que resultou na publicação no International Journal of Fisheries and Aquatic Studies.
“Eu estava insegura no começo. Mas me identifiquei muito no processo e gostei muito do que eu estava fazendo”, revela Ana Clara, que sempre se declarou interessada em Medicina e vai levar para a carreira médica o rigor científico do que está aprendendo.
Mais introspectiva, Rakely afirma: “quero cursar Biologia”. Para isso, a garota buscou participar do projeto de iniciação científica e vem colocando à prova seu perfil de pesquisadora, como quem está a fim de exercer a profissão.
Jeisson ressalta que “para entrar no grupo, é preciso estar disposto a encarar um desafio de verdade. Não é um projeto para ‘ver como é’, é para quem quer fazer ciência com seriedade”.
O professor destaca que “Ana Clara e Rakely vão chegar na faculdade prontas para integrar laboratórios de pesquisa, com publicações e experiências reais nas costas. Este é um grande diferencial. Elas já têm currículo para serem convidadas a integrar equipes”, afirma.
Com dedicação semanal, compromisso e autonomia, as garotas mantêm um ritmo de estudos e seguem desenvolvendo novos projetos, em especial, a revisão sobre o peixe discus (Symphysodon aequifasciatus Pellegrin 1904), que deve ficar pronta em breve, antes de Ana Clara concluir o Terceirão.
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